Abrir um blog de poesia, nada de especial. Mas um blog onde se pode escrever palavras, momentos a partilhar, é um atrevimento, que poderá ser uma ousadia. A minha, onde por instantes viro uma suposta página do meu livro.
domingo, 24 de janeiro de 2016
Os passos quase sempre são solitários,tão solitários quanto o seu percurso de vida. Sempre rodeada de pessoas,mas inevitavelmente só. Os horizontes abragem todos os sonhos do mundo.Promessas feitas,umas realizadas,outras por cumprir. Porque promessas são sempre feita a dois. Nunca o horizonte tem a mesma tonalidade.Há sempre um sol que fica aquém da pintura desenhada nos sonhos de alguém.Por vezes, apenas sobra o esboço feito a lápis de carvão. As cores fogo são a clausura da tarde próxima à noite sem a estrela anunciada. Perde- se a bússola,perde-se o norte...Nas nove luas, existe a gravidez da esperança. Algures, existe um oásis por descobrir.Nem sempre há sombra,nem sempre persiste a nostalgia de um adágio. A música transporta lonjuras,nela as emoções acomodam toda a expressão emocional. É a alma em sintonia com o acordar do coração.Bate porque tem de bater,acelera porque se agita. Como tudo, há a pressa de viver,há o acomodar da vida que deixa de fazer sentido. A dualidade do ser humano.Somos pecado,somos a candura de uma criança, somos, simplesmente humanos dentro de uma natureza genética atraiçoada por Caim e Abel. Uns ricos,outros pobres. Mas a pobreza maior,é aquela em que se é pobre de espírito. Quanto a esses, a vida se encarrega de ensinar quando lhes bate à porta algo menos bom.Então descobrem ainda a tempo ou não,que todos somos iguais,gente de carne e osso.Sem ouro a vestir-lhes a pele,mas sim um coração,esse sim pode ser de ouro...
Célia M Cavaco / Desvios
Photo: Gosia Janik