Abrir um blog de poesia, nada de especial. Mas um blog onde se pode escrever palavras, momentos a partilhar, é um atrevimento, que poderá ser uma ousadia. A minha, onde por instantes viro uma suposta página do meu livro.
quinta-feira, 17 de dezembro de 2015
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Como eu gostaria que o meu natal fosse o da infância.Aquele em que diziam que o menino Jesus não presenteava as crianças mal comportadas.Puro engano,era só para fazer tristeza até à noite de colocar o sapatinho na chaminé.E depois... dormir numa excitação até ser chamada no frio da manhã e espreitar o sapato de verniz preto.O sapato de todas as festas parecia que crescia como eu. Com o tamanho dos meus sonhos,grandes e imaginativos.Tão grandes, que ainda hoje reparto o meu natal com o sonho de continuar a acreditar que uma vez por ano calço o sapato de verniz preto, e desço à minha insignificância de criança, acreditando que o natal é ainda de sonhos; Aqueles em que acredito que o natal é hoje,amanhã e sempre!... Até... acreditar no mágico sapato de verniz preto da minha infância.
Célia M Cavaco / Desvios
Arte: Donna Green
