Naqueles momentos a sós,com as lembranças,as mãos seguram todas as peças que se equilibram para não caírem e não se desfazerem em pedaços. A memória reconstitui todos os momentos,todos os lugares onde as peças se encaixam, é um sótão onde o baú está arrumado no tempo.
É uma morada permanente. Apenas uma moldura está fora do lugar,é um retrato sem restauração.Poderia ser um simples retrato,mas não,é um retrato que parece ter vontade de falar. Pega-se e tem o peso das décadas que já passaram.Ainda assim, não envelheceu; tem vinte e quatro anos, a data é elegível, mas dá para perceber na dedicatória borrada pela tinta da caneta de aparo.Gostava de ter uma foto onde a idade não avançasse,era como uma herança deixada ao acaso de quem um dia encontrasse essa mesma foto.E percebesse, como eu,que os retratos falam e contam memórias.
É uma morada permanente. Apenas uma moldura está fora do lugar,é um retrato sem restauração.Poderia ser um simples retrato,mas não,é um retrato que parece ter vontade de falar. Pega-se e tem o peso das décadas que já passaram.Ainda assim, não envelheceu; tem vinte e quatro anos, a data é elegível, mas dá para perceber na dedicatória borrada pela tinta da caneta de aparo.Gostava de ter uma foto onde a idade não avançasse,era como uma herança deixada ao acaso de quem um dia encontrasse essa mesma foto.E percebesse, como eu,que os retratos falam e contam memórias.
Célia Maria Cavaco / Desvios