Abrir um blog de poesia, nada de especial. Mas um blog onde se pode escrever palavras, momentos a partilhar, é um atrevimento, que poderá ser uma ousadia. A minha, onde por instantes viro uma suposta página do meu livro.
domingo, 13 de setembro de 2015
Olha-se,reconhece-se,mas no fundo dos seus olhos a ausência.Há um vaguear da sua essência. Procura-se em si mesma, é um estado permanente.Sente a demência da alma que deixa aos poucos de pertencer-lhe.Ascendeu-se no poema,a intensidade com que a linguagem organiza a página sem número,o livro imaginário. O amor escrito em linhas tortas.A vida preenchida,paixões inacabadas.A ilusão,a intensidade com que segue os sonhos. O tempo decorre,o cansaço de viver na aventura.No fundo, a meditação sem dor,sem perda de ausência. O toque das mãos vadias,o amor em silêncio cala-lhe a voz. O fôlego arde-lhe nas entranhas. O amor permanece na memória. A geografia dos dois complementa-se nos gestos.Rouba às palavras,a metamorfose de permanecer no intacto poema inacabado...
Célia M Cavaco / Desvios