Tudo é um caminho, tudo se inicia com um ciclo, tudo termina não por querer ,mas, pela falta do que não nos acrescenta e valoriza.
Célia M Cavaco,In DESVIOS
Abrir um blog de poesia, nada de especial. Mas um blog onde se pode escrever palavras, momentos a partilhar, é um atrevimento, que poderá ser uma ousadia. A minha, onde por instantes viro uma suposta página do meu livro.
Por ser Outono, o cair da folha, a nostalgia e a sombra das horas. Por ser Outono, o tempo e os meus momentos guardo-os nas mãos côncavas para descansar os instantes no regaço do meu horizonte como uma sinfonia composta pelo teu olhar de um só tempo, um adeus por terminar, um sopro de vento, um beijo em folha de Outono. Por ser Outono, sou a brisa que de leve respira como último folego, do outro lado onde tudo é leve, e, de reencontro, espero o Outono como uma última despedida, onde o vento passa cantando a última das músicas, um só tempo, um só Adeus.
Célia M Cavaco In, DESVIOS
Hoje queria estar nos teus braços embrulhada nesse mar imenso onde me sei amante.
Vestindo-me por inteiro num provocante marulhar com o cântico dos búzios onde dois somos um.
Espreguiço a ternura que se atreve em voo de gaivotas no mar chão.
Entro devagar na indolência, lado a lado, no outro mar, o mar da tranquilidade, deito-me no sonho que ouso tocar com as mãos que procuram tocar-te, de tão perto é ter-te.
Célia M Cavaco,in Desvios
Arte: Frederic Forest