segunda-feira, 30 de maio de 2016





Não aos medos,não à falta de coragem nas noites que são dias. Noites que entram pela madrugada, onde sorrateiramente se escreve todo o amarrotado de lençóis frios despidos de corpos sem rosto. Encontros ao acaso,luas de papel nos corpos fragilizados e submissos às vontades contadas num rosário sem fim.Palavras tecidas nas mãos quentes e suadas,a mesquinha sequência de todas as noites escondidas nos candeeiros opacos. Luzes de palco sem brilho,batom pegajoso de todos os beijos forçados, janelas com cortinas de lenços brancos dum adeus de desprezo.Um e outro,e outros mais serão nas horas de desejos abruptos e animalescos. Um rosto,um jornal, uma toalha de muitos. A entrega, calvário de muitas cruzes sob as mãos de Pilatos.Muitos rosto numa só noite. Nemo medo nem a coragem andam de mãos dadas,apenas uma de muitas madrugadas que foram e são noites de muitos numa rua sem número...










Célia M Cavaco / Pontas Soltas










Arte: Asit Kumar Patnaik